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Mais três órgãos são captados no São Vicente

Na madrugada desta terça-feira, dia 29, ocorreu mais uma captação de órgãos no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV). Desta vez, a família da paciente Cleusa Pereira dos Santos, 50 anos, que teve um AVC, culminando em morte encefálica, autorizou a doação de rim, fígado e córneas, que irão salvar outras vidas. 

Esta foi a oitava captação de órgãos de 2020, totalizando 31 órgãos captados, realizada por meio da Comissão Intra Hospitalar de Transplantes (CIHT) do HSV. Os órgãos da paciente seguiram para o Hospital das Clínicas da Unicamp e atenderão pacientes que aguardam na fila do Ministério da Saúde (MS), atualmente com mais de 46 mil pessoas. 

A filha, Ana Carolina P. M. Santos, 26 anos, relata que a mãe nunca conversou sobre o interesse em ser doadora. “O que impactou na minha decisão e de meu pai é que ela era uma pessoa muito boa e faria o mesmo se fosse eu no lugar dela. Por isso acredito que tomamos a decisão correta”, afirma.

“É uma grande tristeza para nossa família, mas ao mesmo tempo o sentimento de salvar outras vidas é bom e, se pudéssemos, gostaríamos até de conhecer as pessoas que irão receber os órgãos”,

diz Ataíde Junior Medeiros Santos, 51 anos, marido da paciente. 

Cada um dos órgãos doados tem um tempo de isquemia, que é o período em que pode permanecer fora de um corpo e ser transplantado em outro. No caso, o rim é de 48 horas, fígado de 6 horas e as córneas de 7 dias. 

A enfermeira responsável pela CIHT, Thais Fernanda da Rocha Santos, explica que o processo atualmente é um pouco mais moroso, uma vez que há de se seguir as diretrizes de captação em meio à pandemia covid-19 e isso exige maior agilidade da equipe. “Além dos exames realizados pelos órgãos capacitados para descartar doenças infectocontagiosas, há também de se fazer uma triagem do potencial doador que visa ter certeza de que o paciente não tem suspeita ou infecção confirmada para a covid-19”, explica. “Temos grande admiração por essas famílias que aceitam a doação, têm conhecimento da importância e nos ajudam a salvar vidas”, finaliza.

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