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Lúpus e Fibromialgia: Doenças chamam a atenção para a saúde da mulher

No HSV, profissional alerta para incidência das condições na população feminina

Conhecido pela cor roxa, o mês de fevereiro é voltado para o combate de doenças reumáticas, como o Lúpus e a Fibromialgia. O calendário colorido da saúde, que contempla as campanhas de conscientização sobre as doenças ao longo do ano, é responsável pela promoção do diálogo e incentivo ao diagnóstico precoce das patologias. As informações sobre as condições abordadas neste mês não são desconhecidas, mas chamaram atenção da população após artistas como Selena Gomez e Lady Gaga compartilharem suas experiências no enfrentamento das doenças. O médico reumatologista do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Dr. José Celso Giordan Cavalcanti Sarinho, fala sobre prevenção, sintomas e tratamentos. 

O Lúpus é uma doença multissistêmica e autoimune. Pode acometer qualquer órgão e sistema, principalmente e mais frequentemente a pele e a articulação. Em casos mais graves, também pode acontecer o acometimento renal e do sistema nervoso central. As doenças autoimunes englobam diversos problemas de saúde que acontecem quando há alterações no sistema imunológico. Assim, ele não consegue mais diferenciar o que faz parte do corpo humano do que é um elemento estranho e potencial ameaça.

Os sintomas são variáveis e podem incluir febre; perda de peso; lesões na face causadas pela exposição à radiação ultravioleta; dor articular; fadiga; alterações neurológicas e neuropsiquiátricas como crise convulsiva; alteração de comportamento; transtorno de ansiedade grave; e dor de cabeça que não responde a nenhum medicamento. Já na parte renal, o indivíduo pode apresentar inchaço nas pernas e nos olhos; urina espumosa; diminuição do volume urinário; e hipertensão. 

Dr. José Celso fala sobre Lúpus e Fibromialgia

A doença reumatológica afeta a musculatura causando dor ao portador da síndrome. Assim como o Lúpus, a fibromialgia tem maior incidência em mulheres, chegando ao registro de nove mulheres acometidas para cada homem, com faixa etária dos 30 aos 60 anos. De acordo com o especialista, não existe uma área do corpo que seja mais afetada, mas a dor é intensa. “Os sintomas, predominantemente, são dores difusas pelo corpo nos quatro quadrantes. É uma doença que se relaciona fortemente com alimentação, vitaminas, distúrbio do sono, transtorno de ansiedade e transtorno depressivo”.

Não consta na literatura nenhuma forma comprovada de prevenção da doença. Ainda assim, os profissionais estimulam a prática de atividades físicas para alívio das crises ou agravamento do quadro. “O tratamento é baseado no uso de antidepressivos, não necessariamente para tratamento de depressão, mas para ajuste das doses de serotonina e norepinefrina, responsáveis por influenciar na ansiedade, humor, sono e alimentação. Também é recomendado o uso de analgésicos simples e, eventualmente, opioides. O uso de anti-inflamatório e corticosteroide deve ser evitado, por não se tratar de uma doença inflamatória”, explica o médico.

Vale ressaltar que o diagnóstico é baseado na história clínica de exame físico, excluindo outras doenças que possam simular a fibromialgia, como neoplasias, tumores, outras doenças inflamatórias; distúrbios do cálcio; e distúrbios da tireoide. Em caso de sintomas, a pessoa deve sempre procurar por atendimento médico.

Dores musculares estão entre os principais sintomas de fibromialgia

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