O tratamento de pacientes diagnosticados com covid-19 exige diversos recursos e, em casos mais severos, a intubação se faz necessária. No entanto, o avanço tecnológico tem contribuído pra a busca de novas alternativas, especialmente voltadas para o conforto e bem-estar do paciente. Atento a essas melhorias, o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) adquiriu nesta semana quatro novos equipamentos chamados de Cânula Nasal de Alto Fluxo (CNSF). Em casos específicos, com avaliação clínica, o mecanismo é um recurso que pode evitar o processo invasivo que é a intubação. Cada equipamento custou R$ 9.750,00.
Inovador, o aparelho promove benefícios como a diminuição da resistência inspiratória, melhora da complacência pulmonar e principalmente da oxigenação. A umidificação e aquecimento também podem evitar a desidratação da mucosa, manter o mecanismo de autolimpeza da mucosa nasal, reduzir a perda de calor e minimizar o quadro clínico no qual a totalidade ou parte de um pulmão fica sem ar. O equipamento possui indicação para quadros clínicos específicos, quando a intubação pode ser substituída, e descarta as desvantagens do procedimento, como a sedação e o jejum.
O investimento foi comemorado pela equipe de fisioterapia, responsável pelo manuseio e acompanhamento dos pacientes em uso do aparelho. “A instituição já possui 8 bases, totalizando agora 12 equipamentos. A base é fixada no carrinho do ventilador, onde a cânula é inserida. O cateter é colocado no nariz do enfermo, com um fluxo de oxigênio elevado e que pode chegar até 60 litros por minuto, além de uma fração concentrada de O2 de 21% a 100%. A média da taxa de eficiência é de 61% nas unidades que utilizamos o recurso com mais frequência. Dentro da literatura mundial, é um indicador de sucesso, pois a média é de 40 a 50%”, disse o coordenador da equipe de fisioterapia do HSV, Daniel Gimenez.
O profissional explica que inicialmente os aparelhos serão utilizados em unidades de internação por covid-19, mas que posteriormente estará disponível para todos os pacientes que necessitem de suporte respiratório. “Nós somos gratos à instituição, que por meio desses investimentos, tem proporcionado um atendimento cada vez melhor aos pacientes. Como profissional é gratificante fazer parte desse processo e presenciar a recuperação de cada um”, conta Daniel.