Voltado para a conscientização de doenças sem cura, o mês de fevereiro é caracterizado pela cor roxa. Dentre as condições está a fibromialgia, síndrome associada a alteração de neurotransmissores, ao distúrbio do sono, transtorno de ansiedade e transtorno depressivo. Com dores crônicas difusas e muitas vezes com limitação na qualidade de vida para as funções diárias, a doença afeta os músculos e pode se apresentar de forma confusa, mas possível de identificar por meio de atendimento médico. A predominância dos diagnósticos é em mulheres entre 30 e 60 anos, mas pode acometer crianças e adultos de todas as idades.
A fibromialgia se classifica dentro das condições reumáticas, que afetam mais de 15 milhões de pessoas só no Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O reumatologista do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Dr. José Celso Giordan Cavalcanti Sarinho, fala sobre os principais sintomas.
“A pessoa pode sentir dor em diferentes partes do corpo, cansaço, sono não reparador, irritabilidade, sintomas depressivos, tristeza e choro fácil. Todos esses sintomas, eventualmente, podem estar associados as alterações intestinais, síndrome do intestino irritável, entre outras manifestações. A doença também pode ser hereditária, pois está associada a fatores genéticos. De modo geral, esses não são sinais comuns do corpo, então é sempre importante procurar um especialista”.
Diferente da maioria das patologias, o diagnóstico de fibromialgia é clínico, com base em todas as características dos sintomas e sem necessidade de exames. “É claro que quando existe uma dúvida com relação a outro diagnóstico, é possível fazer exames para exclusão de outras doenças de diagnósticos diferenciais como hipotireoidismo, distúrbio do cálcio e neoplasia”, esclarece o médico.
Considerando todas as circunstâncias, não existe prevenção para a doença, mas é possível minimizar os sintomas com o auxílio de hábitos saudáveis e, principalmente, atividades físicas regulares. O recomendado é que o paciente se exercite por 40min. pelo menos três vezes por semana. As atividades mais indicadas são as aeróbicas como ciclismo e caminhada, pois ajudam a manter o peso e liberam endorfina; atividades aquáticas como natação e hidroginástica, que ajudam a amortecer o impacto dos movimentos graças à água, ajudando no controle da dor; e pilates, que atua sobre a postura, respiração, flexibilidade e equilíbrio.
“O tratamento medicamentoso, quando necessário, é feito com antidepressivos, que atuam nesses neurotransmissores, e analgésicos para alivio da dor. Vale ressaltar que o paciente deve evitar o uso de anti-inflamatórios, pois não se trata de uma doença inflamatória. A medicação sempre deve ser prescrita pelo profissional”.