Datas importantes para o combate do câncer marcam o mês de fevereiro em todo o mundo. Além da campanha “Fevereiro Laranja”, que alerta para a Leucemia, no dia 4 (domingo) é lembrado o Dia Mundial do Câncer e, no dia 5 (segunda-feira), o Dia Nacional da Mamografia. Muito mais do que alertar para os riscos dos diferentes tipos da doença e fomentar o esclarecimento sobre o assunto, as iniciativas são voltadas também para a valorização da vida. Por isso, cada ação é importante, desde a identificação dos sintomas para detecção precoce e realização de exames de rastreio, até o diagnóstico final e tratamento, quando necessário. A jornada é complexa, mas a luta não para.
“O trabalho de prevenção do câncer se faz desde 1950, quando algumas métricas que deveriam ser consideradas para montar programas de saúde pública foram estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As campanhas possuem alguns critérios que são usados para saber se vale a pena iniciar o programa. Uma delas é a frequência da doença na população. São considerados os tipos de câncer mais incidentes e que tenham característica passível de intervenção”, conta o oncologista do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Dr. Marcello Fanelli.
Segundo a última estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), realizada em 2022, o Brasil deve registrar 704 mil casos novos casos de câncer até 2025. Para o estudo foram consideradas as ocorrências para 21 tipos de câncer mais incidentes no País, como câncer de mama, próstata, fígado, cólon, reto, pulmão e estômago, entre outros. A informação é preocupante, mas é utilizada como ferramenta para gestão da área oncológica no país.
Dr. Marcello Fanelli
Ações de prevenção e rastreio
Considerando todos os tumores que existem, hoje, no mundo e se o diagnóstico for feito antes do avanço da doença, a chance de cura é de 70% em todos os casos. Prevenir o câncer é parar de fumar, ingerir bebidas alcoólicas, tomar sol de maneira inadequada e se atentar ao uso de preservativo.
“É relevante abordarmos esse assunto. O HPV, por exemplo, não está ligado somente ao câncer de colo de útero, mas, ainda, de boca, pênis e anal. Também há registro de tumores de cabeça e pescoço relacionados ao HPV. Um simples preservativo ajuda a prevenir o câncer. Trabalhar esses fatores reduz as chances de desenvolvimento da doença para quase 50%”, orienta o especialista.
Hoje, é possível fazer o diagnóstico precoce de diversas formas. O rastreamento acontece por meio de exames como hemograma, mamografia, colonoscopia e exame de sangue, entre outros. Tudo deve ser realizado por meio de acompanhamento médico.
Leucemia
Marina Taís Gonçalves descobriu a leucemia aos 27 anos, após o nascimento do filho. “Eu tinha muitas dores de cabeça e no peito, mas nunca achei que pudesse ser algo grave. Depois, percebi uma espécie de caroço no pescoço, o que me preocupou, então procurei atendimento médico. Fui encaminhada ao São Vicente e sabia que, aqui, teria todo o suporte necessário para meu tratamento. Das oito sessões de quimioterapia, já finalizei quatro”.
“Leucemia é uma doença que, infelizmente, não tem como fazer uma prevenção ou um rastreamento. Os sintomas aparecem sem um motivo específico e de maneira rápida. Se a doença for crônica, a pessoa pode conviver com isso por muitos anos. Com base em estatísticas positivas, é importante dizer que, atualmente, existem remédios fantásticos para tratar a leucemia, aumentando ainda mais as chances de cura”, conta Fanelli.
A paciente, apesar de sua força e coragem, ressalta os momentos de insegurança ao ser diagnosticada com a doença. “Sinto medo e me preocupo com o que pode acontecer. Nesse período perdi o cabelo e um pouco da autoestima também, mas tenho fé e estou confiante no sucesso do meu tratamento. A equipe é maravilhosa e sempre me acolheu quando mais precisei. Conto os dias para terminar e, se eu tiver que deixar uma dica para as pessoas será: cuidem-se! A saúde é tudo o que temos”, orienta Marina.
Marina Taís Gonçalves luta contra a leucemia