Além de prevenir contra a doença, mudança de hábitos poderia evitar mais de 60 mil mortes no país todo ano

27 de novembro – Dia Nacional de Combate ao Câncer

Segundo pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e a Harvard University, estima-se que, por ano, 114 mil casos de câncer (27% do total) e 63 mil mortes pela doença (34% do total) no Brasil poderiam ser evitados. Os maiores fatores de risco conhecidos são os alimentares, infecciosos, radiação solar e o cigarro, como explica o oncologista e diretor técnico do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Dr. Izandro Regis De Brito Santos.

“Existem cânceres preveníveis e outros que não conseguimos impedir com hábitos saudáveis. Evitar bebida alcoólica em excesso reduz a chance de câncer no pâncreas, boca, orofaringe e esôfago. Interromper o ato do tabagismo reduz não só o câncer de pulmão, mas também de laringe, boca, esôfago, estomago, pâncreas e bexiga. Já o câncer de pele pode ser prevenido com a exposição consciente ao sol, mas é importante frisar que esses cânceres aparecem na idade adulta, muito tempo depois que a pessoa passou anos sem tomar os cuidados necessários. A orientação é que o uso do protetor solar seja diário na face, pescoço e membros visíveis. Também chamamos a atenção para a prevenção de infecções por determinados vírus, como o HPV, o que diminui muito os cânceres de colo do útero, vagina, vulva e pênis. Chamamos todos esses métodos de prevenção primária”. 

O câncer é caracterizado pelo crescimento anormal e contínuo de células dos órgãos, que adquirem a capacidade de se multiplicar, formando nódulos para outras partes do corpo numa fase mais avançada da doença, gerando tumores secundários, também conhecidos com metástase. Nessa fase, a doença ainda tem tratamento, mas a chance de cura é bem menor. Por isso prevenir e tratar a doença ainda no inicio, continua sendo o grande triunfo quando se enfrenta o câncer. 

“Outra forma complementar e indispensável de prevenção é a realização de exames anuais para detectar lesões que podem se transformar na doença. Os procedimentos são a mamografia, o papanicolau para o colo do útero, o exame de sangue e toque retal para a próstata, colonoscopia, sobretudo para pacientes que possuem familiares com câncer colorretal ou que apresentam sangramento na região. Essa ultima indicação deve ter uma avaliação médica”, enfatiza o médico oncologista. 

No Hospital São Vicente, referência para o tratamento oncológico na região de Jundiaí, o acompanhamento dos pacientes tratados ou em tratamento é realizado no ambulatório de especialidades. “No geral, as consultas acontecem a cada quatro meses nos primeiros dois anos pós-tratamento, a cada seis meses entre o segundo e quinto ano e anualmente a partir desse período, por pelo menos dez anos. Há pacientes em que o acompanhamento nunca se encerra. Por isso reforço que é importante manter hábitos saudáveis, já que são muito benéficos não só para prevenção do câncer, mas para a saúde de maneira geral”, conclui Dr. Izandro.

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