Alimentação é peça chave no combate e tratamento da enteropatia

Glúten é o grande vilão da doença celíaca

Presente em alimentos como trigo, aveia, centeio, malte e seus derivados, o glúten é uma proteína e o principal vilão das doenças celíacas. Autoimune, a condição causa dificuldade ao organismo para absorver os nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água. Por isso, uma boa dieta é fundamental para o tratamento da doença e pode evitar o desenvolvimento da mesma. A médica gastroenterologista do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Larissa Roseiro, explica um pouco mais sobre o diagnóstico. 

Dra. Larissa fala sobre sintomas, diagnóstico e tratamen to da doença

“Por se tratar de uma doença autoimune do intestino delgado, ela acomete pacientes geneticamente suscetíveis e pode ser desencadeada em qualquer fase da vida. Pouco se sabe sobre fatores que podem reduzir com segurança o risco da doença celíaca em indivíduos geneticamente predispostos, mas pessoas que são portadoras de diabetes mellitus tipo 1, doenças autoimunes da tireoide ou que tenham parentes de primeiro grau com doença celíaca, devem ser testadas regularmente”, conta Dra. Larissa. 

Segundo a especialista, os sintomas podem incluir alteração do hábito intestinal como diarreia e/ou constipação, flatulência, náuseas, vômitos, dor abdominal, perda de peso, fadiga, além de outros sinais, sintomas ou evidências laboratoriais de má absorção. “A doença atinge aproximadamente 1% da população mundial, embora a maioria dos pacientes permaneça sem diagnóstico. A identificação da doença celíaca é desafiadora e realizada por meio da associação dos sintomas do paciente, tempo de evolução e uma série de exames como pesquisas de anticorpos específicos, biopsia duodenal por meio da endoscopia digestiva alta e, em alguns casos, até teste genético.  Lembrando que a detecção precoce dessa doença é crucial para uma melhor qualidade de vida”.

Para combate da doença celíaca, o único tratamento comprovado é uma dieta sem glúten. Terapias alternativas estão sob investigação, mas nenhuma mostrou eficácia suficiente para entrar na prática clínica. “Devido a inflamação intestinal causada por essa proteína, é imprescindível seguir uma dieta com ausência total do glúten para a redução e até o desaparecimento dos sintomas. A doença celíaca não tem cura e, por isso, a dieta deve ser seguida rigorosamente pelo resto da vida. Felizmente, existem muitos alimentos naturalmente sem glúten, como frutas, verduras, carnes e frutos do mar. Vale ressaltar que o paciente deve ler atentamente o rótulo da embalagem do produto a ser consumido”, reforça Dra. Larissa. 

É importante que todas as iniciativas para combate da patologia sejam orientadas e acompanhadas por um especialista. “O paciente deve ser acompanhado por um médico gastroenterologista e nutricionista para a gestão dos sintomas intestinais e extra-intestinais. Devido a absorção de nutrientes estar prejudicada nesses pacientes, os mesmos devem ser monitorados quanto à adesão da dieta sem glúten, sorologias, deficiência de micronutrientes e condições associadas”, finaliza a médica.

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