Doação de Órgãos: um gesto que salva vidas

Você sabia que um único doador pode salvar até oito vidas?
A doação de órgãos é um ato de generosidade e solidariedade que oferece uma nova chance a milhares de pessoas que aguardam por um transplante.

Quem pode ser doador?

Todas as pessoas podem ser doadoras. O mais importante é comunicar sua vontade à família. No Brasil, a doação só é autorizada com o consentimento familiar. Por isso, conversar sobre o tema ainda em vida é essencial.

Quando a doação de órgãos e tecidos é possível?

A doação pode acontecer em diferentes situações clínicas, sempre com base em critérios médicos e legais bem definidos. No Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), atuamos diretamente em duas frentes: na captação de órgãos em casos de morte encefálica e na captação de tecidos, como córneas, em casos de parada cardiorrespiratória.
  1. Morte encefálica

A morte encefálica é caracterizada pela parada total e irreversível das funções cerebrais. Embora o coração ainda possa estar batendo com o auxílio de aparelhos, a pessoa já não apresenta nenhuma atividade cerebral. Nesse cenário, é possível a doação de múltiplos órgãos e tecidos. O diagnóstico é realizado com total rigor, por médicos independentes e com a realização de exames clínicos e complementares. Com a confirmação da morte encefálica e a autorização da família, iniciamos o processo de captação, sempre em parceria com a Organização de Procura de Órgãos (OPO) e a Central de Transplantes do Estado.

     2. Parada cardiorrespiratória

Nos casos em que o coração para de bater definitivamente, a doação de tecidos ainda é possível, principalmente das córneas. Após o óbito, com o consentimento familiar, é feita a retirada do globo ocular por uma equipe especializada. Os tecidos são então encaminhados o Banco de Olhos de Sorocaba (BOS).

Nosso papel nessa missão: No HSV, não realizamos transplantes, mas somos parte fundamental do processo que dá início a essa corrente do bem: a captação de órgãos e tecidos, que salva e transforma vidas.

Comissão Intra-Hospitalar de Transplantes do HSV

A Comissão Intra-Hospitalar de Transplantes do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) é uma equipe multiprofissional responsável por organizar, coordenar e acompanhar o Protocolo de Morte Encefálica, bem como monitorar todo o processo de captação de órgãos e tecidos dentro do Hospital. 

Sua atuação é fundamental para garantir que o processo ocorra com ética, transparência, segurança e respeito às famílias dos possíveis doadores.

Contato com a Comissão Intra-Hospitalar de Transplantes

Para mais informações e agendamentos:

  • Envie um e-mail: encihdott@hsvicente.org.br
  • Fale por telefone: (11) 4583-5390

FAQ (Perguntas Frequentes)

O HSV realiza transplantes?

Não. O HSV é responsável por identificar potenciais doadores e realizar a captação dos órgãos e tecidos. Os transplantes são feitos em hospitais especializados nesse procedimento e autorizados pelo Sistema Nacional de Transplantes.

O que é a captação de órgãos?

É o processo que viabiliza a retirada de órgãos e tecidos de uma pessoa falecida, com a autorização da família, para serem transplantados em pacientes que aguardam na fila do Cadastro Técnico Único (CTU), do Sistema Único de Saúde (SUS). A captação só ocorre após o diagnóstico de morte encefálica, ou seja, a parada total e irreversível das atividades cerebrais, confirmado por exames clínicos e testes complementares exigidos por lei.

A doação de órgãos beneficia muitas pessoas?

Sim. Um único doador de órgãos e tecidos pode salvar até 8 vidas, além de devolver qualidade de vida a muitos outros pacientes que aguardam por um transplante de órgão ou tecido.

Existe risco de mutilação ou deformação do corpo?

Não. A retirada dos órgãos é realizada por uma equipe especializada, sempre com muito respeito e cuidado, preservando a integridade do corpo e permitindo que o velório aconteça normalmente.

Após a doação de órgãos, é necessário que o corpo seja sepultado em um caixão lacrado?

Não. O corpo pode ser velado ou cremado normalmente, sem necessidade de cuidados especiais, exceto quando há transporte para locais distantes, como outras cidades, estados ou países.

A doação atrasa o sepultamento?

Em geral, não. A captação é feita de maneira rápida e organizada, e o tempo para liberação do corpo costuma ser semelhante ao de um falecimento comum.

A família do doador é responsável pelos custos associados à doação?

Não. O doador ou sua família não arcam com nenhum custo nem recebem qualquer tipo de compensação financeira pela doação de órgãos ou tecidos.

Quais órgãos e tecidos podem ser doados após a morte?

Nos casos de morte encefálica, é possível doar: coração, pulmões, fígado, rins, pâncreas, intestino, córneas, pele, ossos, tendões e válvulas cardíacas.
Já em casos de parada cardíaca, geralmente são doadas as córneas.

É possível que um paciente em morte encefálica retorne à vida?

Não. A morte encefálica é irreversível e requer a confirmação de, pelo menos, três médicos distintos, conforme as diretrizes do Conselho Federal de Medicina. Essa confirmação tem como objetivo verificar a ausência de reflexos do tronco encefálico (cérebro) por meio de dois exames clínicos, um teste de apneia e um teste gráfico. Somente após essa confirmação é que o paciente falecido pode se tornar doador de órgãos e tecidos.

Existe uma idade limite para ser doador de órgãos?

Não. O estado de saúde do doador é o que determina a viabilidade do órgão para transplante. No entanto, para alguns órgãos e tecidos específicos há uma limitação de idade para doação, conforme estudos já realizados de sobrevida média pós transplante. No estado de São Paulo, são aceitos como doadores indivíduos com até 70 anos. A idade pode se estender até 75 anos, desde que não haja comorbidades pré-existentes.

O processo de doação é totalmente seguro e não ocorre venda de órgãos.

Sim. As centrais de transplantes das secretarias estaduais de saúde controlam todo o processo, desde a retirada dos órgãos até a indicação do receptor. Assim, as centrais de transplantes controlam o destino de todos os órgãos doados e retirados.

Pessoas sem identificação se tornam automaticamente doadoras de órgãos.

Não. Conforme estabelecido pela Lei nº. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, é proibida a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de indivíduos não identificados.

Como é feita a autorização da doação?

A equipe da Comissão Intra-Hospitalar de Transplantes do HSV conversa com os familiares após a confirmação da morte encefálica ou do óbito, explica todo o processo e esclarece dúvidas. A doação só ocorre com o consentimento formal da família.

Posso deixar registrado que quero ser doador?

No Brasil, não existe um documento legal que substitua a autorização familiar. Para se tornar um doador, o paciente deve simplesmente informar seus familiares de primeiro ou segundo grau (pai, filho, irmãos, avós, cônjuges). Eles serão encarregados de assinar a autorização para a doação de órgãos e tecidos. Lembre-se: mais importante é conversar com a sua família e deixar claro o seu desejo.

Quem possui recursos financeiros "maiores" tem prioridade na lista para receber um órgão?

Não. Todos os cidadãos brasileiros, independentemente de sua classe social ou condições financeiras, são escolhidos com base na compatibilidade com o doador. A decisão sobre quem receberá o órgão é guiada por critérios previamente estabelecidos, como o tempo de espera e a urgência do caso. Todas essas informações são processadas por um programa de computador seguro que previne possíveis fraudes.