A equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Jundiaí sofre diariamente com ofensas, brincadeiras e importunação ocasionada pelas ligações indevidas, os famigerados trotes. Entre uma ligação e outra, a prática acaba atrapalhando o fluxo de atendimento estabelecido pela unidade, que em registro de casos mais graves chegou a deslocar viaturas para atender as falsas ocorrências.
De acordo com informações do Samu, no ano de 2020 foram contabilizados 3.321 trotes, uma média de 277 chamadas mensais. Os números chamam a atenção para uma situação grave, já que o tempo é o principal aliado da equipe para um desfecho favorável de ocorrências graves e, sobretudo reais. “Em alguns casos podemos levar mais de 20 minutos para chegar até o local do atendimento, um tempo que não podemos desperdiçar e que pode salvar uma vida”, ressalta o coordenador médico da unidade, Dr. Mário Jorge de Castro Kodama.
O trote aos serviços de emergência é um crime previsto no Código Penal. Quando identificado, o autor é enquadrado no artigo nº 340: falsa comunicação de crime ou de contravenção, cuja pena é detenção de um a seis meses ou multa. Ainda assim, a melhor medida é a prevenção da prática ilegal por meio de campanhas educativas promovidas nas escolas, palestras e reportagens nos veículos de comunicação.
Apesar dos trotes serem aplicados por diversas pessoas, de variadas faixas de idade, o maior número de registros é de crianças. “Orientamos que os pais monitorem as ações das crianças dentro de casa, eduquem os filhos em relação ao uso correto dos serviços de urgência e emergência, mantenham o telefone fora do alcance, informem a escola sobre o assunto para que os professores criem atividades educativas sobre o tema”.