Hábitos de vida, hereditariedade e obesidade devem ser considerados
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), aproximadamente, 11% das mulheres são acometidas pelo lipedema no país. A doença é caracterizada por um processo inflamatório, quando o edema e a gordura se acumulam no corpo. Por isso, alguns fatores de risco contribuem para o desenvolvimento da condição, como a obesidade, por exemplo. Apesar da prevalência em membros inferiores, a doença também pode acometer quadril, costas e região dorsal.
“A gordura em essência é uma esponja e naturalmente um processo inflamatório. Tudo que estiver inflamando no seu corpo, com uma infecção urinária, processo alérgico, processo intestinal, ou algo do tipo, acaba retendo mais líquido. Mas, independentemente desses fatores, nunca devemos esquecer a natureza do próprio indivíduo, pois, às vezes, a pessoa já possui a perna mais grossa, uma questão genética, não necessariamente alguma patologia”, explica o médico chefe do departamento de Cirurgia Vascular do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Jamil Jorge Abou Mourad.
Além do acúmulo de gordura, entre os sintomas estão dor e inchaço local, dificuldade para caminhar, sensação de pernas pesadas e dor nas articulações. O diagnóstico e o tratamento só são definidos após avaliação clínica. “Conseguimos identificar por meio de exame físico. Colocamos o paciente em pé, de preferência com as pernas desnudas, para ver se há formação de inchaço. Vamos tateando o local, verificando se há dor. Precisamos sempre entender a raiz do problema, porque o lipedema é, na maioria das vezes, uma consequência de outras patologias”, ressalta o especialista.
Segundo o médico, o primeiro passo é tratar a causa. O tripé da boa saúde – ingestão de água, boa alimentação e exercício físico – também funciona aqui. Nenhum dos tratamentos irá adiantar se a pessoa não mudar o hábito de vida. “No que diz respeito ao tratamento, acompanhamos e controlamos os fatores que estão envolvidos, utilizando alguns medicamentos venotônicos associados à drenagem, que deve ser realizada por um fisioterapeuta especializado. Se ao final do tratamento não obtivermos um resultado positivo, indicamos que o paciente procure por um cirurgião plástico para fazer o processo de retirada da gordura do local”.
Dr. Jamil Jorge Abou Mourad compartilha informações importantes sobre o lipedema