Considerados o mal do século, estresse e ansiedade são fatores de risco para doença

26 de abril – Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um dado preocupante. No primeiro ano da pandemia de Covid-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou 25%. O número reflete os efeitos causados pelo isolamento social na saúde mental da população. Fator de risco para diversas outras doenças, as patologias, aliadas ao estresse, contribuíram também para o aumento no número de casos de hipertensão arterial. Hoje, no Brasil, 28% da população adulta é hipertensa, chamando a atenção para a importância dos cuidados em saúde, tanto físicos quanto mentais.

Dr. Wagner Ligabó orienta população sobre riscos da hipertensão arterial

O médico cardiologista e cirurgião cardiovascular do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Dr. Wagner Ligabó, explica que a doença possui três estágios. “A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio e a hipertensão é um indicativo da pressão do sangue dentro do organismo, na sua função de contração e relaxamento cardíaco. Nós consideramos uma normotensão, quando está dentro dos padrões normais, uma pessoa com pressão até 14×9. O primeiro estágio ocorre de 16×9,5, o segundo quando a pressão está entre 16 e 18 e a terceira acima de 18. Este último é o mais grave e desencadeia as crises hipertensivas”.

Sem causa definida, 90% das hipertensões essenciais, também denominadas primarias, são passíveis de causa genética e agravadas por fatores como a obesidade, sedentarismo e o tabagismo. Já a hipertensão secundária deriva de outras circunstâncias, como altas cargas de hormônios, adrenalina e cortisol, diretamente ligado ao sistema emocional. “Hoje em dia é muito comum que a pressão alta seja piorada por esses indicadores. Com a pandemia, houve uma potencialização das queixas. Recebemos pacientes com muita falta de ar e dor no peito, sintomas realmente muito agravados. Notamos essa mudança no comportamento dos pacientes. O estresse agudo foi a causa principal de crises hipertensivas durante a pandemia. É alarmante, pois a hipertensão não tratada leva a doenças cardiovasculares muito importantes como o infarto, derrame cerebral ou insuficiência cardíaca, doença mais prevalente no país atualmente”, conta Ligabó.

A atenção aos detalhes é fundamental para detecção da patologia, já que 50% dos hipertensos não apresentam sintomas. Para a outra parte da população, são frequentes as dores de cabeça, mais especificamente na nuca, sensação de mal-estar e cansaço. O profissional ressalta que a alimentação pode ser uma grande aliada tanto na prevenção, quanto no tratamento das condições. Dietas ricas em sal devem ser restritas e as práticas esportivas estimuladas. “O primeiro passo vem da mudança dos hábitos, que chamamos de tratamento não terapêutico, sem remédio. É preciso rever a dieta do paciente, se é adepto de atividades físicas e se as doses de estresses diários são extremas. É uma ação multidisciplinar e a pessoa precisa ver o que está errando e acertando nesses aspectos para que sejam corrigidos”.

Quando não suficientes as primeiras orientações, as medicações são inseridas no tratamento. “Contamos com uma vasta gama de medicações, mas todas são introduzidas de forma gradual no tratamento. Iniciamos com doses pequenas e vamos aumentando conforme a necessidade. São remédios que bloqueiam a frequência cardíaca e a liberação de adrenalina. São situações inevitáveis, mas o que conseguirmos prevenir, melhor. É um puxão de orelha, pois sabemos que muitos deixaram de ir ao médico nesse período. Após a vacinação e a com a covid-19 controlada não existem mais desculpas. Toda doença tratada precocemente tem maiores chances de cura e um tratamento melhor”, frisa Dr. Wagner.

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