Contagiosa, a doença é resistente e o tratamento pode durar até 6 meses

24 de março – Dia Mundial de Combate à Tuberculose

Dr. Eduardo Leme ressalta importância da prevenção da doença

Há evidências de que a tuberculose existe desde os tempos pré-históricos. A doença já foi encontrada em esqueletos de múmias do antigo Egito (3000 A.C) e numa múmia pré-colombiana no Peru. A informação é da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e aponta os perigos da doença ao longo da história humana. Caracterizada como infecciosa, a patologia é causada pela bactéria bacilo de Koch, transmitida nas gotículas eliminadas pela respiração, por espirros e pela tosse. A doença afeta os pulmões, mas também ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).

Ressaltando a importância do diálogo sobre a doença, principalmente no Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado em 24 de março, o médico pneumologista do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Dr. Eduardo Leme, explica que os mais vulneráveis à tuberculose são idosos e pacientes portadores de doenças crônicas. “As pessoas que possuem insuficiência cardíaca, insuficiência renal, e os pacientes portadores de alguma deficiência da parte imunológica, devem reforçar a atenção. Os pacientes oncológicos e que fazem uso de cortisona, também são mais suscetíveis à doença”.

Devido aos sintomas e a forma de contágio, locais fechados como escolas, quartéis e transportes coletivos são os mais perigosos. “É uma doença com alto risco de transmissão. É uma patologia complexa, pois não existem sintomas típicos, específicos só da tuberculose, mas que dão indícios da possibilidade da doença. O primeiro deles é a tosse crônica, persistente, com duração geral acima de três semanas. Temos também um sintoma bem importante que é o suor intenso, quando o paciente chega a molhar a roupa de cama durante a noite. A perda de apetite e de peso também estão na lista, mas é importante dizer que não é necessário ter todos os sintomas para constatar a doença. A orientação é para que a pessoa sempre procure o serviço médico para avaliação especializada e realização dos exames se necessário”, conta Dr. Eduardo.

O profissional esclarece que o tratamento é mais complexo do que parece, já que a bactéria da tuberculose é extremamente resistente aos antibióticos. A maioria das infecções são tratadas com uso de antibióticos em até 10 dias. Já a tuberculose, normalmente, exige uma associação de três ou até quatro medicações juntas, estendendo o tratamento para 6 meses. “O paciente com sintomas começa a tomar remédio e com duas semanas a um mês ele não sente mais nada. Isso proporciona uma falsa sensação de cura. Se não fizer os seis meses de tratamento de forma rigorosa, ele não é considerado como curado e a doença pode reaparecer”, alerta o médico.

Além do diagnóstico rápido e do bloqueio da transmissão, a melhor e mais importante forma de prevenção é a imunização. Aplicada ainda na infância, a vacina BCG, sigla de referência aos sobrenomes dos cientistas criadores, é responsável pela proteção do ser-humano contra formas graves da tuberculose durante seu crescimento. “É importante entender que ela não evita que se contraia a doença, mas ameniza sua potencialidade. A imunização é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, de forma gratuita”.

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