Em comemoração à data especial, cardiologista do HSV esclarece mitos e verdades sobre doenças cardíacas

A fim de conscientizar a população sobre os cuidados que precisamos manter com a saúde para evitarmos problemas no coração, no dia 14 de agosto, é celebrado o Dia do Cardiologista. A data foi estabelecida pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), em 2007 com o objetivo de reforçar e valorizar o trabalho deste profissional, além de alertar e orientar a população sobre a necessidade de cuidar da saúde do órgão.

A equipe de cirurgia cardíaca do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), atualmente é composta por cinco profissionais, além da equipe de enfermagem e técnicos, psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas que atuam na Unidade Coronariana (UCO) da instituição. Como uma homenagem aos profissionais cardiologistas pelo seu importante papel na prevenção de doenças coronarianas, o Dr. Luiz Carlos Bettiati Júnior, de 48 anos, que trabalha no hospital há 17 anos como cardiologista esclarece mitos e verdades em relação as doenças cardíacas, os principais fatores de risco, suas curiosidades e cuidados para a prevenção das mesmas. 

Dr. Bettiati se formou em cardiologia na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e se especializou em cirurgia geral e cirurgia cardíaca no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia em São Paulo. Tem formação no curso MBA em Gestão de Saúde, tendo participado inclusive da Diretoria Clínica e Técnica do hospital, com o objetivo de colaborar com a assistência oferecida aos pacientes, uma vez que o HSV é referência para cirurgias da especialidade em Jundiaí e região. “O nosso hospital atende na região em torno de um milhão de habitantes e muitos necessitam de tratamento de doenças cardiovasculares. Temos uma estrutura assistencial de hemodinâmica, cirurgia cardíaca e uma Unidade de Terapia Intensiva específica para esse tipo de patologia, conhecida como Unidade Coronariana, para atendimento à população”, explica o médico.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), no Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 27% do total de mortes, sendo a primeira causa de óbito no país. Aproximadamente 14 milhões de brasileiros têm alguma doença de coração e mais de 380 mil pessoas morrem por ano em decorrência dessas enfermidades. “As principais doenças que atingem o coração e ocasionam a morte são conhecidas como ‘doença aterosclerótica’, causando o entupimento das artérias, levando o indivíduo a ter um infarto, e a ’insuficiência cardíaca’, onde o coração não bombeia sangue o suficiente para atender às necessidades do seu corpo”, esclarece.

O cardiologista explica que ao contrário do que muitas pessoas pensam, a hipertensão arterial não é propriamente uma doença do coração e muito menos encontrada apenas em pessoas obesas. “A hipertensão é resultado de um excesso de resistência periférica podendo estar presente em qualquer ser humano, ou seja, é resultado de vários problemas relacionados a saúde como a ingestão de alimentos com alto teor de gordura e sal. Sendo assim, as artérias do corpo se encontram contraídas impossibilitando a circulação sanguínea, consequentemente a pressão arterial aumenta e o coração precisa fazer mais força para bombear sangue, podendo ocasionar algum problema no órgão. A prática de exercícios físicos tem importante papel como elemento não medicamentoso para o controle da hipertensão, por exemplo”. 

A SBC esclarece que as mulheres estão mais propensas a desenvolver infartos do que homens, uma vez que as mesmas são conhecidas por terem dupla jornada, ou se dividirem entre o trabalho, cuidado com os filhos e afazeres domésticos. “Ao longo dos anos as mulheres vêm se tornando cada vez mais independentes e de certa forma, elevando o estresse associado muitas vezes à fatores como a falta de atividade física, má alimentação, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas, adquirindo assim alterações no colesterol e pressórica, diabetes, aumentando os riscos de desenvolver um infarto”.

“O antecedente familiar é um dos aspectos mais importantes para desenvolvimento de doenças cardíacas. Se o indivíduo tem histórico familiar de doenças coronarianas, e tiver histórico de diabetes e colesterol alterado, pode ter mais chances de desenvolver doenças cardíacas”. O médico ainda explica que se há três ou mais fatores de risco, as possibilidades de obter alguma doença é maior, principalmente em pessoas com 60 anos ou mais.

O especialista ainda cita outros elementos existentes que desencadeiam as doenças já mencionadas como por exemplo, o cigarro, contendo centenas de toxinas que circulam em nossa corrente sanguínea, pode predispor a formação da aterosclerose, como também o aparecimento de tumores. As bebidas alcoólicas em excesso, podem causar a cardiomiopatia alcoólica, que ocorre quando o alto teor de álcool destrói os músculos do coração, visto que essa substância é tóxica para as células do coração, causando a insuficiência cardíaca. 

“A prática de atividades físicas e alimentação saudável previne todas as doenças”, ressalta o médico. O mesmo destaca a importância da prática de hábitos saudáveis em nossa rotina pessoal, evitando alimentos processados e industrializados, com muita gordura e sal, substituindo por alimentos in-natura, como frutas, vegetais e cereais. Manter regularmente a prática de exercícios, como uma caminhada diária de 30 a 40 minutos. A prática ajuda a manter a pressão arterial estável, estabilizar o diabetes, ajudando o metabolismo como um todo. Destaca ainda que comportamentos de autocuidado como pesagem frequente, monitoramento da pressão arterial e frequência cardíaca devem ser adotados.

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