Sr. Luiz deixa legado de amor e doa rins para pacientes que aguardam na fila para transplante

Captação aconteceu no domingo (15), após confirmação de morte encefálica

Adriana lamenta perda, mas se sente grata por ajudar o próximo. Ao lado direito da imagem: Luiz, Adriana e Ana durante passeio em família.

Na última quarta-feira (11), o sr. Luiz Guilherme Teixeira Siqueira Sales, de 69 anos, deu entrada no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) com um quadro de Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico. Imediatamente, o paciente foi encaminhado para uma cirurgia de emergência, permaneceu internado, mas infelizmente não resistiu. Mesmo diante da dor, após constatação de morte encefálica nos dias que se seguiram, a família tomou a decisão e autorizou a doação de órgãos. O diagnóstico identifica a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro, sendo fundamental para o processo de doação, conduzido pela Comissão Intra Hospitalar de Transplante (CIHT).

A captação aconteceu no domingo (15), quando os rins foram encaminhados para pacientes que aguardam na fila de espera para transplante. Inspirada pela energia animada e ações de amor que Sr. Luiz demonstrou em vida, a enteada Adriana Nazaré Siqueira Sales, conta que a palavra final foi de sua mãe e esposa do sr. Luiz, Ana Aparecida Paganatto Siqueira. Ainda assim, a família entrou em contato com os filhos biológicos do paciente e, juntos, tomaram a decisão.

“Ele conversava sobre o assunto em tom de brincadeira, dizendo que se algo ainda prestasse, nós poderíamos doar”, relembra Adriana com bom-humor. “Ele foi uma pessoa muito querida por todos, com o coração bom, trabalhador e dedicado. Quando contamos para os vizinhos e o dono da casa onde ele residia sobre o falecimento, o mesmo relatou que não estava perdendo um inquilino, mas um amigo e um companheiro. Temos certeza que isso era o que faria ele feliz, por tudo o que ele era quando estava conosco”, completa. 

A família ainda incentiva a ação. “Foi algo muito rápido e a dor da perda é muito grande, mas é gratificante demais saber que estamos contribuindo com a oportunidade de vidas serem salvas. Isso é o mínimo que podemos fazer e que nos consola, preenche o vazio. Esperamos que nossa iniciativa seja um estímulo para outras pessoas”, finaliza Adriana.

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